
Anteontem, em pleno horário nobre da televisão portuguesa, o Exmo. Sr. Presidente da República de nome Cavaco Silva, teve a brilhante ideia de fazer um comunicado ao país, sem qualquer aviso prévio.
O assunto comunicado foi a contestação dos estatutos político-administrativos dos Açores, que, para indignação de alguma parte da população, não deveria ter sido comunicado em pleno dia 31 de Julho do corrente ano de 2008, véspera de férias de muitos trabalhadores públicos, professores, entre outros, visto, pela primeira vez em quase uma década, o dia 1 de Agosto calhar a uma sexta-feira, o que é um bem concebido por obra e graça do Espírito Santo, para todos aqueles que só entravam de férias no dia 4 de Agosto, as ditas cujas férias oficiais.
Cavaco Silva tenciona retirar alguns privilégios às ilhas açorianas, como a jurisdição. De facto (ou, futuramente, fato, com a nova e homicida reforma ortográfica), os Açores pertencem a Portugal Continental e, por isso, deviam ser regidos pelas mesmas leis (pela opinião jurista do Presidente da República). Afinal, não deveriam existir diferenças entre os portugueses açoreanos, os portugueses madeirenses e os portugueses do continente.
O que é certo, é que este não é um assunto para ser debatido em plena véspera de férias. Grande parte da população, muito provavelmente, não prestou sequer atenção ao comunicado do nosso Presidente da República, devido às preparações das suas tão aguardadas férias, após um ano de intenso trabalho e poupança (por parte de alguns). E, uma grande parte da pequena parte dos cidadãos que prestaram atenção às palavras do Sr. Presidente, limitou-se a comentar sem sequer perceber minimamente de política ou nem sabia sequer que os Açores têm uma política distinta, a vários níveis, da política do continente.
O que é certo, é que montes de delegados, juristas e conselheiros de estado do Sr. Presidente tiveram de adiar as suas tão esperadas férias em família.
Imaginem um miúdo de 3 anos, já de óculos, barbatanas e protector solar, chegar à beira do pai/mãe, dizendo: "Então papá, estou pronto para as férias!", ao qual lhe responde: "Filho, as nossas férias vão ter de aguardar até ao próximo Natal...". Agora imaginem a situação deste pai/mãe perante semelhante futura birra do seu filho.

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