tenho uma amiga nova

Tenho uma amiga nova, e estou muito feliz! No início desta semana, os sinais da minha adolescência, timidamente, voltaram a aparecer. Agora tenho um pequeno e vermelho ponto alto, centrado na ala esquerda do meu nariz. Quando o vi pela primeira vez, não sabia como reagir, era tão feio tão feio que só queria olhar para ele e chamar-lhe nomes. Não é o facto de ter uma borbulha enorme e verde (aliás eu nunca liguei muito a esses aspectos), mas hoje apetece-me muito falar sobre ela. Há quem dê nomes às suas borbulhas (sim, há quem faça de uma borbulha o seu/sua amigo/a imaginário/a). Quando a minha borbulha era pequenina eu gostava dela, pensei que era alergia às lagartas nojentas dos pinheiros da escola e tratei-a como uma amiga. Por momentos, imaginei-me a viver com ela para o resto da minha vida e, ao espelho, interroguei-me “e se ficares aqui para sempre?”. Tive medo da resposta e desviei o olhar daquele ponto uns dias vermelho, outros amarelo e, nos piores dos dias, verde, mas sempre com um ar bastante maléfico. Nunca pensei em trocar mais que duas palavrinhas com ela, tive medo de me afeiçoar… A verdade é que me preocupo com ela e acho que isso adoça a nossa relação. Preocupo-me sempre de ver como ela esta. Hoje de manhã ela estava bem mais bonita, fiquei feliz por ela. Sei que brevemente ela irá morrer e, consequentemente, desaparecer para sempre da ala esquerda do meu nariz. Desculpa se não te dei um nome, ou se te tentei rebentar vezes de mais. Ainda assim, continuas a ser uma boa amiga. 

Cumprimentos da tua, Mafalda